O meu rapaz vai ter uma simulação de direito internacional, em que vai ter que defender um caso. E o que é que isto significa? Não sei. Vá, até sei mas não me apetece explicar. O que sei é que para tal, ele tem que comprar um fato.
Até aqui nada de especial, não fosse este homem tão avesso a estas formalidades. Quando soube que tinha que comprar um fato, teve a mesma reacção que uma pessoa normal teria quando lhe dizem que vai ter que arrancar dois dentes sem anestesia.
Por sua vontade, andava a vida toda de calças de ganga, tshirt e ténis. O que vale é que a influência de uma mulher na vida de um homem faz milagres, maneira que a fatiota dele desde há um ano e meio para cá melhorou a olhos vistos, mas sem lhe tirar a simplicidade que ele tanto gosta. Ele próprio me denominou a sua consultora de imagem.
Posto isto, fomos hoje comprar o blaser, as calças e a camisa. Embora um amigo dele lhe vá enviar outro fato por correio, mas como pode não servir, assim ficou já feito o investimento. Amanhã vamos ver de sapatos e cinto.
Mas hoje foi engraçado. Passámos por várias lojas, só havia tamanhos grandes, até chegarmos à Zara, onde um empregado prestável, mas que parecia ter um figo enfiado no rabinho, nos ajudou a perceber os tamanhos adequados. Depois da Zara, fomos a outra loja, onde o empregado já não tinha nenhum figo enfiado no rabito, era antes uma espécie de broeiro camuflado. Embora vestido de fato, e tentando transparecer uma imagem diferente, foi-se despindo de formalidades a pouco e pouco. O meu rapaz achou piada à parte em que ele disse "Oh homem, por amor de deus, não me abotoe o botão de cima!" e eu gostei da parte em que ele disse que o pano estava "cheio da pó".
Chegados a casa, está ele aqui todo vaidoso com as suas novas aquisições. Talvez por ter finalmente percebido o efeito que um fato no homem certo pode ter na líbido de uma mulher. O Barney não é parvo.
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