sábado, setembro 29, 2012

O que será será


Quando vejo estas reportagens, é como se tivesse a beber um grande copo de água, cheia de sede. Tive pena que não tivesse mais uma hora ou duas.
Em menos de uma hora, percorrem-se os temas mais importantes que caracterizaram os anos 90 em Portugal, relacionando-o com o presente.
Daqui a 20 anos será que também vou olhar para uma reportagem deste género com a mesma paixão?
Estes retratos sociais de um país, especialmente tendo em conta que é o meu, apaixonam-me.

terça-feira, setembro 25, 2012

Passeio de sábado - Sardoal

No âmbito da Feira do Fumeiro, Queijo e Pão que se realizou este fim de semana no Sardoal, fui a um passeio no sábado de manhã ao qual deram o nome de "Passeio Pedestre - do Pão ao Vinho", que incluiu visita a uma capela, aos moinhos restaurados e a uma fábrica de vinho/ adega na zona. Chegados a essa adega, presentearam-nos com queijo, presunto, paio, pão e um copo de vinho branco. Escusado será dizer que esta foi das minhas partes preferidas do passeio.
É curioso eu durante anos não ligar muito a queijo. E continuo a não gostar dos mal cheirosos e dos que têm um sabor demasiado forte. Mas o que nos serviram neste passeio fez com que eu fizesse duas visitas à feira para me abastecer do dito queijo, que era uma mistura de ovelha e cabra, amanteigado, mas não muito e picante, só um bocadinho...a medida certa para ser devorado num ápice cá por casa. Também comprei o paio e só não comprei presunto porque o orçamento tem limites.
Convém dizer que adoro mesmo essas iniciativas. E então quando não se paga (ou pagando pouco), melhor ainda.
Bom, mas antes que me ponha já para aqui a salivar a pensar em comida, exponho aqui também algumas fotografias do passeio (são todas roubadas, que eu esqueci-me da máquina):

Lapa (e nós a fazer de emplastros na fotografia)

Capela da Lapa...a merecer uma recuperação.

Eu sou a de roxo.

Moinhos em Entrevinhas, salvo erro de localização.



Num momento de pausa.

Na chegada à fábrica e adega.

Cheirinho a vinho fermentado...hummm, ca bom.

A marca.

Vinhas



Confirma-se

Ser democrático dá trabalho.
Mostrar a nossa opinião, mesmo dentro dos nossos direitos e de forma absolutamente respeitadora, dá trabalho.
Fazer parte da minoria que não desiste e persiste, mesmo com o resto das pessoas a acatar ordens absurdas só porque vêm de "quem manda", e os "que mandam" a adoptar políticas cada vez mais extremistas, dá trabalho.

Assim não se evolui, porra.
Começo a ficar enjoada deste comportamento massificado de pessoas que se queixam e mandam bitaites para o ar, mas quando chega o momento em que é necessário mostrar uma posição, tomar uma atitude, arregaçar as mangas...Nada, silêncio absoluto.
Bardamerda para isto.

quinta-feira, setembro 20, 2012

Quem luta nem sempre ganha, mas quem não luta perde sempre

Apaixonei-me por esta frase.
Ontem, após ter arranjado coragem para falar com o "boss" pessoalmente sobre a situação que anda a causar desconforto no ambiente profissional, senti-me ainda mais confiante. Fico feliz quando compreendo as jogadas de outras pessoas, os discursos de imposição logo a seguir completados por vitimização e suborno psicológico. Pelo menos, eu assim o tenho considerado e não é costume enganar-me. Só me lembro de me enganar com pessoas quando os sentimentos me toldaram a razão. E embora nós sendo bichos emocionais (felizmente!) e não completamente racionais, é bom preservar a racionalidade e bom senso quando a situação assim o exige.
Depois dessa conversa, depois de ter marcado a minha posição, depois de não me ter deixado levar pela sedução e tentado ao máximo conseguir um diálogo e tentar uma conciliação, fiquei com um sorriso na cara e uma sensação espectacular de fortalecimento. Ainda sabe melhor quando compartilhada por quem partilha da mesma visão.

Neste momento, temos uma situação um pouco estranha, é certo, mas pelo menos os nossos direitos e a nossa liberdade estão asseguradas, que era o que queríamos e pelo qual lutámos. E eu antes "prefiro a liberdade com perigos [neste caso, incómodos] do que a escravidão tranquila".

E, a propósito disto, e a propósito também do momento por que estamos a passar, ficam aqui também estes poemas que eu adoro, que me deu a conhecer o meu rapaz. São de certa forma bastante parecidos e merecem, quanto a mim, a nossa reflexão:


“Na primeira noite eles aproximam-se,
roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam o nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo o nosso medo
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada”
Vladimir Mayakovsky


"Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Também não me importei

Agora estão a levar-me
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo."
Bertold Brecht

 
"Quando os nazistas levaram os comunistas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas,
eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista.
Quando levaram os judeus,
eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu.
Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse"
Martin Niemöller, pastor luterano alemão, autor do poema “E Não Sobrou Ninguém”, sobre o Nazismo

terça-feira, setembro 18, 2012

A minha próxima aquisição

A luta faz-se muito no trabalho. Não cedendo na nossa liberdade e nos nossos direitos, desde que cumprindo os nossos deveres.
Neste momento, temos uma tensão/luta instalada no meu local de trabalho. Alguns trabalhadores vs. Direcção. Houve uma decisão que foi tomada pelo presidente que desagrada a todos os funcionários, mas só alguns tomaram a iniciativa de se opor. Eu fui uma das que me opus. Causa alguns nervos e amargura de boca, mas antes assim que ceder e calar, pois uma cedência dá lugar a outra e depois a outra...e quando damos por ela, sentimo-nos incapazes de nos defendermos e completamente à mercê de ordens superiores absurdas.
Havendo razoabilidade, respeito e diálogo, quase tudo se resolve. Não havendo um destes factores, tudo fica comprometido.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Sábado foi assim...

Em Lisboa:










A Sra do tacho da Avenida de Berna.


Praça de Espanha










O povo mostrou, no mínimo, o seu desagrado. Alguns dos nosso governantes não têm noção da realidade, portanto, a partir de agora, esta parte pelo menos perceberam.
Resta então não parar a luta. Façamo-la sozinhos, junto da nossa família e amigos, no trabalho, na internet.
Eu procuro todos os dias estar melhor informada e saber quais são os meus direitos e deveres. Tenho pena de não conseguir ser mais rápida. Procuro todos os dias ser razoável, sensata. Recuso-me a ser estóica ou ignorante. Recuso também o lema de "estás mal, muda-te", quando referente a um país, como se isso fosse uma solução espectacular. Prefiro o lema "estás mal, luta para que haja uma mudança para melhor".
Este sábado fiquei feliz por saber que não sou a única a pensar assim.

segunda-feira, setembro 10, 2012

Que filme soberbo


Banda sonora idem.
Vozes idem aspas.
Nunca o tinha visto com atenção do início ao fim.
É por estes filmes que eu tenho muita pena de não ter um LCD e um bom sistema de som.
Se eu me arrepiei um pouco vendo-o na minha Phillips velhota, o que seria numa televisão à séria.

Antes que o verão termine...

Aprendi a gostar de sardinhas. E de cogumelos. E de queijo. Abençoada maturidade.


A t-shirt é minha.

Parque Aquático das Galveias




Yupiiiii



Bonita paisagem à volta da piscina.


sábado, setembro 08, 2012

Desfibrilhando

Há três semanas que mal ponho os costados neste canto. Pergunto-me se deixo o bicho tirar umas férias, uma licença sem vencimento por termo incerto, ou se mantenho-o vivo, só para não adormecer a escrita e a catarse parcial.
Foi há três semanas que comecei a trabalhar como animadora num Lar de Idosos, e embora a coisa me pareça estar a correr bem, não tenho tido grande interesse ou motivação para estar no computador com a frequência que estava. Isto porque o tempo que sobra num dia com apenas 24 horas, em que 8 são para trabalhar e as outras 8 para dormir, sobram muito poucas para o que realmente é importante. E o blog não surgiu com essa importância. Por outro lado, e uma vez que sou um bocado preguiçosa e forreta para comunicar por telemóvel, começo a sentir pequeninos sinais de privação. Longe de ser um vício, é uma facilidade e uma forma de me manter em contacto com o resto do mundo.
Por conseguinte (expressão muito utilizada pelo meu póstumo des/orientador de dissertação de mestrado), fui buscar o desfibrilhador e esta é a minha primeira tentativa de reanimação do blog, para que o bicho não morra, coitado.