quinta-feira, fevereiro 23, 2012

AS ESCOLAS

A pedido do presidente da Junta da Freguesia de S. Facundo, estou a escrever uma folha com uma síntese da investigação que tenho feito sobre as diferenças entre escolas grandes e pequenas para as pessoas que fazem parte da escola e comunidade, para amanhã levarmos à assembleia municipal.

A escola de S. Facundo teve no ano passado 26 alunos. Estes alunos vão ser transferidos para o centro escolar da Bemposta, juntamente com uma catrefada de outros miúdos. Vão sair de uma escola onde existe carinho, conforto, segurança, liberdade, participação, proximidade entre as pessoas e com a comunidade para irem para uma escola mais longe, onde muito dificilmente haverá tudo isto.

Os estudos indicam que as escolas pequenas estão em significativa vantagem quando comparadas com escolas grandes e no entanto as decisões tomadas pelos nossos governos contrariam completamente estes estudos e os exemplos lá de fora.

Nos Estados Unidos e noutros países da Europa já se tomaram estas decisões anteriormente, e o resultado foi mau. O resultado foi mau! Mais violência, menos rendimento escolar (escolas onde menos de 40% dos alunos tinham rendimento escolar), mais absentismo escolar. E nós estamos a fazer exactamente a mesma borrada. A Finlândia, que se destaca pelos bons resultados escolares, aposta nas escolas pequenas. Outros países transformaram mega-escolas em pequenas escolas dentro da escola ("school-within-a-school"), de modo a diminuir os efeitos negativos que estas escolas grandes têm para as pessoas.

Já nem falo da maravilha de novas contruções escolares que se têm feito. Algumas parecem hospitais psiquiátricos, pintadas a branco e cinzento, desprovidas de identidade, em que não se pode afixar nada num prazo de cinco anos.

Isto sou eu, que acredito que as escolas são feitas para desenvolver cidadãos e não apenas mão-de-obra. Também acredito que as escolas devem ser ambientes seguros, promotores de liberdade com responsabilidade, de determinação, de enriquecimento intelectual, de humanidade, de proximidade e respeito para com o outro. Também acredito que o encerramento das escolas (e de outros serviços essenciais) promove ainda mais a desertificação do interior.
E tenho muito medo dos efeitos negativos que estas escolas vão ter daqui a uns anos. E vou fazer os possíveis para transmitir estas ideias, que não vêm só da minha cabeça, às pessoas que ainda não perceberam isto.

E é isto. Estou fula.

1 comentário:

  1. óh Sra.Dr.Carolina deixe lá de ser piegas...que maçada esta gente, que acha que sabe melhor que eu, o que é melhor para o país...esteja calada!! ...e não hesite em sair da sua zona de conforto para ir para o estrangeiro! consegui um negocio porreiro, pá, com os chinocas...mas o melhor ainda está para vir...vou vender o país ao capital brasileiro...e essa coisa das escolinhas fica tudo com SA no fim do nome da escola...legal, não? não se preocupe menina tá tudo cuidado...claro está, que depois este blog ficará com menos graça... que a Dr. zangada parece menos divertida! Consuma menos preocupações da nação, que isso faz-lhe mal a ciática!

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