domingo, fevereiro 13, 2011

Pessoas e animais


Este é o papagaio do Bricomarché. Está situado entre as plantas e os candeeiros. É bonito e anima qualquer um, uma vez que já reproduz os sons que as pessoas lhe foram insistentemente dizendo ao longo do tempo. Aquilo que se calhar muitos não se lembram é que antes de ter ido parar a esta gaiola, numa loja, à venda por 950 euros, era um papagaio livre (se não tiver sido criado em cativeiro), podia voar, podia explorar o seu habitat natural. Mas em vez disso foi posto ali para animar a malta.

A poucos metros de distância estão outros pássaros engaiolados, de todas as cores e feitios, quase como sardinhas em lata. Os peixes a mesma coisa. Isto pode parecer muito cliché e até susceptível de alguma controvérsia de alguma parte, mas...para quê? Porque é que um animal tem que estar engaiolado? É que nem sequer consegue esticar as asas. Se alguém quiser ter um bixo destes em casa, enfim, não sei que diga em relação a isso, mas ao menos que dê espaço para o bicho se mexer, caramba. Que lhe proporcione um ambiente acolhedor, agradável,

Mas que raio de mania de superioridade que nós adoptámos que nos faz fazer dos bichos aquilo que nós quisermos. 
Temos bichos engaiolados, para nos animarem. Matamos touros em praças e chamamos a isso tradição. Caçamos animais na mata e chamamos a isso desporto. E os cães que usamos para caçar esses animais, depois de já não serem úteis, são despejados na berma da estrada. E também os comemos, é verdade. Aí declaro-me culpada, que essa barreira ainda não consegui ultrapassar. Embora o comer...seja um pouco diferente de privar a vida de um bicho apenas para meu prazer e diversão.

Já chega desta ideia de instrumentalização dos animais. E já que refiro animais, falo também dos demais, que muitos também são tratados abaixo de animal, mas isso são outros assuntos. Basta!

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