quarta-feira, junho 13, 2012

Operação Garagem

Estar desempregada é uma treta. Não me venham cá com paninhos quentes e que a crise é sinónimo de oportunidade que isso são tudo balelas. Mas a verdade é que, para mim, cuja família ainda me consegue sustentar e eu por opção recusei um trabalho manhoso, fica bastante tempo livre por ocupar.
E num destes tempos livres, decidi fazer algo que já tinha ideia de fazer há muito tempo, mas que nunca tive motivação para tal. Envolvia muito pó e ser dentro de quatro paredes. Mas desta vez deu-me na veneta e em três dias limpei e arrumei boa parte da minha garagem. Levei um carrinho de mão cheio de tralha para o lixo três vezes (gosto muito de carrinhos de mão, muito práticos) e fiz uma limpeza e selecção a uma série de brinquedos de infância que nem me recordava que estavam por ali. Pensava eu ser uma moça que sabia cuidar das suas bonecas em tenra idade, inclusivamente orgulhava-me de ter barbies vestidas, limpas e penteadas, mas isso deve ter sido quando o superego se estabeleceu com mais afinco, porque antes disso, as minhas pulsões agressivas devem ter sido direccionadas para estas pobres coitadas:

Ou então era a qualidade que era duvidosa.
Assim sendo, guardei uma parte da bonecada dentro da mala que levei para Paris (comprada nos indianos), que tem tudo partido, excepto a própria mala, que continua impecável e eu tinha pena de deitá-la fora. Assim serviu para alguma coisa.
Infelizmente, não tive a brilhante ideia de fotografar como a garagem estava antes, para fazer a comparação, mas quem a conhece, sabe que estava absolutamente caótica. Montes de tralha empilhada, carradas de pó, enfim, um desastre. Agora está assim...

Estas duas mesas e uma das cadeiras pretas estão à espera
que a respectiva dona (Lulu) as venha cá buscar. :)

Ah, entretanto lembrei-me donde me vieram as ganas, como dizem os espanhóis, para fazer este extreme makeover. É que eu andava cheia de vontade de fazer o meu bunker. Que não é bunker nenhum, são apenas reservas alimentares e de água (e algumas toalhitas e álcool, para o caso de não haver água para tomar banho), mas eu gosto de lhe chamar bunker:

Tirei esta foto antes da limpeza. E entretanto adicionei-lhe um saco de croquetes Friskies, porque os meus gatos também têm direito ao bunker, muito embora, em caso de necessidade, eles safam-se muito melhor do que nós. Chamem-me maluca, mas eu gosto de estar prevenida. Sei bem como as pessoas se transformam em bestas em situações de crise, basta recordar os recentes eventos na campanha do Pingo Doce (que era apenas uma promoção). O Saramago também sabia bem o que é o ser humano em crise quando escreveu o Ensaio sobre a Cegueira.

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