Duas entrevistas. Uma promessa de um salário, não de sonho, mas mais ou menos ajustado às funções. A possibilidade de ficar num quarto com ambiente porreiro e ir de bicicleta para o trabalho. Poder estar mais tempo com o meu rapaz. Expectativas feitas, expectativas quebradas.
À terceira entrevista, a outra metade da história é contada, a música que me dão não é o meu género. Não sou um poço de esperteza, não conheço o código de trabalho de uma ponta a outra, mas normalmente percebo quando é que me estão a dar baile, conversa de xaxa. Ainda para mais quando se armam em senhores e utilizam expressões como "este é o nosso target" ou "não temos budget para isso". Eu sei onde lhe colocaria o budget ou o target. Orçamento, objectivo, já ouviu falar? É que uma coisa é utilizar termos ingleses que não têm tradução (o know-how ainda se aceita), outra coisa é armar-se em paneleirote, que é completamente diferente.
Vou recusar. Se fosse na minha área, eu faria o sacrifício...não sendo, não se justifica. E com esta, vão-se acumulando oportunidades, que não são oportunidades, são mais enganos, tentativas. E é que há com cada "oferta de trabalho", que é impressionante.
Não fosse este sol, a nossa boa comidinha, os símbolos culturais com os quais me identifico, as pessoas que me custaria deixar e que não podem vir comigo....E eu dava-lhe um budget na fuça e fazia do meu target desopilar daqui para fora.
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