Os "meus" sobrinhos

É curioso que uma filha única se envolva com um moço que tem onze sobrinhos. Eu que sempre quis ter irmãos, mas que a vida assim não o possibilitou (hoje não tenho problemas com isso), não faria senão sentido agora ser compensada. Embora eles sejam muitos, por razão de proximidade, é com dois deles que eu estou com mais frequência.
Sei que são uns bichos irrequietos e teimosos (como aliás, quase todas as crianças) e que os tenho que refrear de vez em quando senão ninguém os pára, mas eu adoro-os. Hoje fui a casa deles e é um gozo do caraças chegar à porta e ter logo uma pirralha a correr para os meus braços e eu a abraçá-la e a trocarmos umas beijocas (a sensação de estar abraçado a uma criatura pequena que cheira bem é qualquer coisa de formidável). O outro pirralho, que está viciado no Dino Dan, no Huntik e nos outros bonecos que dão no canal Panda, que ele grava compulsivamente (à semelhança das minhas gravações compulsivas de séries), não me liga nenhuma à primeira, até que eu começo a chamar-lhe à atenção, a fazer-lhe cócegas nas orelhas e a dizer que se ele não me dá uma beijoca vou aprisioná-lo na minha masmorra (a brincar hein, não traumatizo o miúdo). A partir daí está sempre a dizer "aposto que não consegues prender-me na masmorra" ou a repetir os meus insultos. Se eu lhe chamo badocho, ele chama-me badocha. Se ele me chama badocha, eu chamo-lhe desdentado. And so on.

Hoje perguntei à pirralha se já sabia o que queria ser quando fosse grande, ela respondeu-me "portar bem", lol. Insistiu para ouvir as músicas do meu mp3 (e para cuscuvilhar a minha mochila de alto a baixo), e eu pu-la a ouvir a banda sonora da Bela e do Monstro em inglês. Não gostou de nenhuma das faixas. Então pu-la a ouvir outras músicas, também não gostou de nenhuma e depois voltou a teimar que queria ouvir a Bela e o Monstro outra vez. Go figure.
Depois de se fartar da música desinteressante do meu mp3, encosta-se a mim e ali ficamos a ver o jogo do sporting.