Eu gosto de sair à noite em Lisboa, mas há sítios e pessoas que são mesmo de evitar.
O Cais do Sodré, por exemplo, é francamente desolador.
Eu e a Cyntia já prometemos uma à outra não fazer aquele percurso a pé desde a Merendeira ao Cais jamais! A não ser que estejamos acompanhadas com amigos.
95% das criaturas que por lá passam são uns perfeitos idiotas.
É nestas alturas que eu dou total razão à Prof. Moniz quando fala dos problemas de comportamento dos jovens - abuso de álcool, drogas, comportamentos violentos - é ir a Santos e ver dezenas de míudos/as novos/as, a embriagarem-se como se não houvesse amanhã, entre outras coisas. É assustador.
Isto nas ruas principais. Já nem estou a contar com as outras, recheadas com prostitutas, que estão à mercê de tudo e mais alguma coisa...Das poucas coisas que o Salazar (Deus, Pátria, Família, qual hipócrita) fez de jeito foi manter os bordéis. Isto pode chocar muita gente, mas eu considero ultrajante haver mulheres a trabalhar na rua, sem qualquer segurança. Posso estar a dizer um grande disparate (quando perceber melhor do assunto, talvez mude de ideias), mas deviam ter melhores condições de vida. Se elas existem e sempre vão existir, ao menos que sejam tratadas com o mínimo respeito, que tenham segurança como deve ser e descontem para a segurança social, como qualquer cidadão.
Eu gostava sinceramente de viver no mundo onde não houvesse prostituição (ou que esta estivesse legalizada e devidamente controlada), nem toxicodependentes, nem sem-abrigo, nem pessoas com doença mental negligenciadas, nem pessoas mergulhadas na solidão...nem pessoas sem educação.
Gostava de viver num mundo onde fôssemos mais colaborativos, menos xenófobos e homofóbicos, menos corruptos, menos falsos e mais educados (educação como um todo, não apenas a transmitida na escola).
Mas é óbvio que esse mundo não existe. Se calhar nem é suposto existir. Eu apenas penso é que todos nós devíamos ter mais consciência do que nos rodeia...E não pensar que determinado acontecimento só ocorre no sítio x, e que não vai chegar perto de nós. Vai, pois. E é bom que estejamos minimamente preparados para lidar com isso.
Mas, enfim, isto são as minhas ideias de esquerda, ainda pobremente fundamentadas, e que eu não consigo exprimir da melhor forma.
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