Este post é sobre futilidade. A nossa futilidade.
Há pouco tempo, estava numa festa, e nessa festa havia várias pessoas, das quais vou destacar duas a título exemplificativo. Dois gajos, portanto.
Um tinha cabelo comprido, óculos, barrigudo e...estranho.
O outro era provavelmente o gajo mais giro naquele sítio. Rapaz novo, carinha laroca.
O primeiro teve a festa praticamente toda sozinho, e eu parei ao pé dele três vezes, porque a minha mala estava ao lado da mesa em que ele estava encostado.
O segundo foi-me apresentado.
Onde eu quero chegar é que ambos podiam ter falado comigo naquela noite (embora só tenha falado com o segundo). E eu ter-lhes-ía respondido da mesma forma, no entanto, interiormente ( e até mesmo a nível de linguagem corporal) ter-me-ía retraído bastante ao falar com o primeiro, ía-me sentir estranha ("oh valha-me, mais uma prenda na rifa", pensaria eu), ao passo que ao falar com o rapazinho giro, estava à vontade, pois, claro está, já tinha reparado nele antes (embora eu e a minha amiga, dadas as nossas vivências, pensámos logo que era gay, mas afinal não era :P).
Assim sendo, estive praí meia hora a falar com o rapazinho (ou melhor, a ouvi-lo), que era muito porreirinho sim senhor e que me esteve a falar muito entusiasmado nas coisas que faz na vida, nos projectos que fez lá na área dele e coiso e tal....e eu estava a apanhar uma bela de uma seca. De vez em quando pensava "Que desculpa arranjo eu para sair daqui?" ou "Epa, mantém-te atenta ao que o gajo está a dizer".
E. vai-se a ver, o barrigudo poderia ter tido uma conversa mais interessante comigo. Mas eu, de certa forma, afastei logo essa possibilidade a priori.
Nós moldamos as nossas primeiras interacções com base no aspecto físico das pessoas, em vez de sermos imparciais...pelo menos no que toca ao género por quem temos atracção (se fosse com gajas, era perfeitamente indiferente, quero lá saber como é que elas são, desde que seja agradável conversar com elas).
E não só as primeiras interacções. Repercute-se a outros níveis também. Por exemplo, se eu agora começasse a namorar com o gajo feio, pensaria "o que é que as outras pessoas vão pensar?", "nós não combinamos". Ou, por outro lado, se eu agora começasse a interessar-me ou a namorar com o gajo mais ultra-desejado (e partindo da hipótese que eu seria uma tipa com baixa auto-estima que me consideraria feia ou não tão bonita quanto ele), a situação era inversa ("qualquer dia larga-me por outra mais bonita" ou "não tenho a mínima hipótese com este tipo").
E isto...é fútil.
E é por isso (e por outros motivos) que, na minha opinião, toda gente devia ler o Ensaio sobre a Cegueira (e percebê-lo, já agora!).
Ou então, o livro tornar-se-ia realidade. Era o apocalipse 2012. Não sei é se aprenderíamos alguma coisa com isso.
Claro que concordo contigo, mas como tu bem sabes, não somos perfeitos, e somos fúteis... Eu pelo menos sei que sou... lol
ResponderEliminarn podias estar mais certa o.o
ResponderEliminaros não muito desejados são sempre criticados.. todos gozam c eles, mas vai-se a ver, são as pessoas em quem mais podemos confiar..