quinta-feira, janeiro 31, 2013

Até quando?


Hoje estou...arrebatada.
A pessoa com quem eu mais gostava de estar no meu local de trabalho sentiu-se desrespeitada, com razão, e não pretende pôr mais lá os pés. Metade do meu coração fica feliz por ela porque sei como andava saturada e porque desejo que seja feliz noutro sítio, a minha outra metade está...triste.
Está triste porque essa mesma metade do meu coração ainda acredita que as pessoas podem ser melhores do que são, que as pessoas podem ultrapassar o ódio, a ganância, os interesses, o egoísmo. Está triste porque se apercebe que, se nos pisam, é porque nós continuamos a deixar. Porque os poucos que se manifestam em desacordo, ainda que em pleno exercício de respeito pelo outro, ainda que com razão, são abafados, não só por quem manda, mas por quem não se põe do seu lado, mesmo em igualdade de circunstância.
Até quando vamos continuar a aguentar ("ai aguenta aguenta")? Até quando vamos criticar os outros sem antes fazermos uma avaliação de nós próprios? Até quando vamos desrespeitar o outro constantemente só porque estamos de mau humor ou porque a vida não nos corre como nós queríamos?
Até quando vemos as injustiças a passar-nos diante dos olhos, algumas mascaradas, outras flagrantes e nós...sem fazer nada?

É possível discutir com respeito.
É possível discordar sem odiar.
É possível melhorar. Mas para isso precisamos de mudar.
E a mudança é demasiado lenta e nós queremo-la demasiado rápida.
Procuremos uma alternativa, porque da forma como vamos, não caminhamos para bom porto.

quarta-feira, janeiro 16, 2013

All you need is love

Ontem pus-me a ver no Biography Channel um programa sobre Acumuladores e outro sobre Vícios - Alcoolismo, neste caso.
Foi ficar de olhos pregados ao ecrã e chorar baba e ranho nos momentos mais emocionantes.
Este fim de semana também comprei um livro sobre Alcoolismo - que eu considero ser o problema social número um no nosso país e que não lhe damos suficiente atenção - e outro sobre comportamentos violentos.
A minha sede de compreender mais leva-me a querer estudar os assuntos, mas trabalhar com eles...isso não exige apenas conhecimento, é preciso estaleca, é preciso estômago, é preciso equilíbrio emocional, para não irmos abaixo com o mundo doido em que vivemos.
Maneira que quando penso nestes exemplos e quando me lembro de ter trabalhado com jovens institucionalizadas (que foi o caso mais complicado que tive até agora), os idosos, em comparação, são canja de galinha. Mesmo com as queixinhas, as escarradelas, o xixi, as demências e isso tudo. No final do dia, no final da semana, consegue-se levar na boa.
Como diz a música, por vezes, tudo aquilo que nós precisamos para a cura (ou para a prevenção) dos males...é amor.


Beleza

Este fim de semana fui ao Berardo, no CCB.
De tudo o que por lá havia, 90% para mim era caca a que chamam arte.
Frigorificos apedrejados, baldes com folhas molhadas, aglomerados de tralha sem nexo (sim, eu sei, é arte...), enfim, desperdício de dinheiro, cá para mim, mas tudo bem.
Não obstante, valeu a pena, mais não seja por isto:



É um vídeo lindíssimo (infelizmente não existe o vídeo todo na net), com uma música que lembra as das caixas de música antigas (quero ver se descubro onde se vendem réplicas), de uma menina na favela a brincar com um hoola-hup (no Brasil, bambolê), o movimento da câmara que corresponde ao movimento do arco, a miúda, o cenário, os gestos...Fosca-se, é mesmo lindo.
No vídeo completo, que repete permanentemente (sem cansar), a câmara faz a volta de 360º, sendo a parte mais bonita quando o sol bate de frente (que infelizmente aqui não aparece).
O vídeo chama-se "O mundo de Janiele", de Caetano Dias.

terça-feira, janeiro 15, 2013

Pseudo-pedófilo, parte II

Para não variar, hoje cruzei-me com o fulano no Pingo Doce novamente. Em cada 8 idas àquele supermercado, 5 delas tenho que me cruzar com a criatura.
O olhar da aventesma, que eu ignoro com facilidade, não me custa propriamente.
Mas hoje tive mesmo que passar diante dele, quando ía a sair com as compras e o fulano, que estava a conversar com o segurança, decidiu fazer muito baixinho um daqueles "psst" que os gajos gostam de dizer, vá-se lá entender porquê, porque nunca conheci nenhum caso em que uma mulher respondesse positivamente a estes apelos.
Péssima ideia. Eu vinha um bocado saturada (o ambiente do meu trabalho às vezes torna-se um bocado saturante, não por causa dos idosos), maneira que reagi instintivamente. Dei três passos atrás, virei-me para ele, arregalei-lhe os olhos e disse "Desculpe???". O fulano ficou a mirar-me com cara de parvo, sabendo perfeitamente o porquê daquela reacção,  embora não quisesse dar parte fraca em frente ao segurança e passados dois segundos, disse, aparvalhado, "o quê?", eu virei-lhe costas e segui caminho.
Se fosse outro tipo qualquer eu teria ignorado.
Mas este não tem esse direito. Já me bastou ter que aturar mensagens, toques e apitadelas de carro quando andava na secundária. Mas já passaram dez anos, já não tenho receios em ripostar.
Era só o que faltava. Tipos nojentos pá. Rua com eles todos.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

A nossa hortinha

Ora aqui está um dos projectos a que me tenho dedicado com deleite. Tenho tido um bom professor. Um bom professor é alguém que nos estimula a aprender, se nós tivermos motivação para isso, sem nos obrigar ou nos fazer sentir constantemente pressionados pela tarefa.



Brócolos


Espinafres, alfaces, cebolas e couves. Ao lado, também se semearam alhos, ervilhas e morangos.
Couves...Uma horta tuga que se preze tem sempre couves.

Nabiças

Cenouras

Alface roxa

Coentros

Favas semeadas

Couvettes com muita coisa semeada: brócolos de dois tipos, tomates de 3 variedades, pimentos, couves, alfaces de 2 variedades.

quinta-feira, janeiro 10, 2013

Natal retardado

Eu até gosto do Natal. O meu Natal não tem nada a ver com religião nem com o nascimento de Jesus, portanto há pessoas que achariam o meu Natal uma heresia. Mas por mim até posso mudar-lhe o nome e chamar-lhe Vrrnhec e mudá-lo para dia 23 ou 26, pouco me importa.
Gosto do Natal da mesma maneira que gosto do dia de todos os santos. Não pelo cariz religioso, embora seja esse o seu motor, mas pela tradição cultural e social.
Gosto do convívio, das luzinhas, das velas, da mesa com comida e da troca de presentes. Só não gosto do Pai Natal (nunca lhe achei grande piada).
Comprei um livro com contos de Natal de vários países, incluindo os clássicos mais conhecidos, como o Quebra-Nozes e a Pequena Vendedora de Fósforos (triste e lindíssimo), mas também outros menos conhecidos, com capa dura e maravilhosas ilustrações. Um livro como deve ser, escolhido a dedo. Um livro que nos faz sonhar, imaginar, rir e chorar. Li-o todo aos idosos.
Gosto de investir tempo a fazer presentes personalizados para quem mais gosto. Gosto que, pelo menos uma vez no ano, nos lembremos que não é suposto sermos umas bestas uns para os outros. Infelizmente, muitos poucos de nós se lembram disto, mas deixai-me cá ficar com este laivo de esperança. Estive a ver um vídeo onde aparecia uma animação com todos os testes nucleares desde 1945 e pareceu-me que em janeiro praticamente não existiam testes. Talvez esteja relacionado ou talvez não tenha nada a ver.
O meu natal este ano foi um pouco melhor que o ano passado. Eis apenas uma pequena parte da decoração:


Presentes personalizados reutilizando frascos de vidro. São globos de neve com purpurinas. Infelizmente, apenas um resistiu ao efeito implacável da água (após várias tentativas). Curiosamente foi o que ofereci ao meu rapaz.

Cupcakes com a bela da nutella a fazer a decoração. Iniciais das pessoas com quem passei o natal e o azevinho num resto de massapan que ainda comprei em Paris.



Haverá melhor decoração?
Também tenho fotos de mim no meio de papel de embrulho com umas cuecas azuis enfiadas na cabeça, mas essa deixo à imaginação dos leitores.

Ah é verdade

Tenho um blog. Já andava olvidada.
Vi numa daquelas imagens no facebook que as pessoas bem sucedidas mantêm um "journal" e as mal-sucedidas dizem que têm mas afinal não têm. E como é sabido, há que dar o devido crédito a estes esquemas que aparecem no facebook (alguns até bem bonitos) e à pessoa que perde o seu tempo a fazê-los para que nós os partilhemos e passado uma semana nos esquecermos completamente deles. Eu delicio-me particularmente com os organogramas ou com aqueles esquemas com setinhas que me fazem lembrar o corpo humano em ciências da natureza do 7º ano. Tão giro que aquilo era.
Agora que voltei, não me ocorre assim nada particularmente coerente sobre o que escrever.
Já me questionei se a Leonor Poeiras se sente realizada ao apresentar programas cada vez de pior qualidade, já me questionei se a Cátia é de facto burrita que nem uma porta ou uma excelente actriz, já me questionei se aquele anúncio da Dove é mesmo verdade (tenho mesmo que experimentar aquela coisa do papelito enfiado no sabonete).
Também já me questionei sobre as fabulosas soluções do FMI para o país e o porquê de uma deputada socialista andar com a bezana a conduzir ser assim tão fascinante para merecer notícia de destaque no telejornal. E um fulano com um nome muito esquisito, que passou a ser treinador ou lá o que seja do sporting, aparecer em simultâneo nos 3 canais em que está a dar o telejornal.
Também já me questionei porque é que os seguranças das discotecas são sempre carecas e porque é que eu não tenho jeito nenhum para costura.
Escrever quando já se tem muito sono também não é lá grande ideia.
Vou pensar profundamente neste assunto..........ZZZZZZZZZZ