quinta-feira, julho 26, 2012

As verdades escondidas sobre as barragens


Um grande bem-haja a este programa, é mais um que não deve ser visto pela maioria dos portugueses, que continuam a preferir outro tipo de programas, mas que valia muito mais o nosso tempo e atenção.

Vale mesmo a pena ver. Podeis pensar "que tema tão pouco apelativo...as barragens". Mas este tema é tão importante como tantos outros que nos dizem respeito.

Este programa fez-me pensar...

Perde o ambiente, perdemos nós, cidadãos comuns, perde o país...


Ganha a EDP e as outras empresas de energia. E mais alguém deve ganhar com estes interesses económicos.

Cada vez fico mais aturdida com a incompetência e ganância dos nosso governantes (que continuo a achar também que são o nosso reflexo, mas não de todos!), que teimam em tomar decisão errada atrás de decisão errada.
Investimentos de mil milhões...Retorno: Zero energia, custos acrescidos aos consumidores, desrespeito à diversidade e ao ambiente, desperdício de oportunidades interessantíssimas para o país!

Amor sem concepção de idade

José Raposo e Sara Barradas
Este casal fez com que eu fizesse um esforço para alargar a minha mentalidade. Até aqui eu tenho tido sempre alguma dificuldade em, não digo aceitar, até porque não se trata disso (que arrogância a nossa de utilizarmos este tipo de termos em relação à vida dos outros), mas sim, em lidar com naturalidade com estas relações com 20/30 anos de diferença.
Das poucas situações que me são próximas, destaco a de uma amiga que também se envolveu com um homem mais velho (sensivelmente a mesma diferença entre estes dois) e eu demorei algum tempo a perceber porque é que passava a vida a gozar com o assunto, a cantar a música do Avô cantigas sempre que se falava no assunto ("Eu sou o Avô Cantigas, todas as crianças são minhas amigas...", ;P) entre outras piadolas e músicas como "A pipa do vovô não sobe mais..." (muito bom) e cheguei à conclusão que gozava porque na minha cabeça aquilo não me fazia sentido e só de me imaginar na situação, até me causava uma ligeira repulsa.
Hoje já sinto aqui as têmporas a alargar um bocadinho e a não me deixar levar pelas frases que quase todas as pessoas utilizam..."mas ele é muito mais velho", "tem idade para ser pai dela", "ela é tão nova e está com um homem tão mais velho", "o filho dele é mais velho que ela". Enfim, penso isso tudo à mesma. Acho curioso ela ser "madrasta" de um rapaz 3 anos mais velho que ela, da mesma maneira que acho estranho ela querer casar-se e ter filhos com um homem que já passou por isso tudo e ela ainda está mesmo na flor da juventude. Quando ela tiver quarenta, ele vai ter quase setenta...e depois? Fica ela a cuidar dele, não se vai sentir frustrada com isso?
Mas a diferença é que estes dois parece que gostam mesmo um do outro. Até aqui eu achava que estas relações eram causadas sobretudo por atracções irresistíveis (nós gajas e os homens mais velhos é um perigo iminente e vice-versa) mas que não passavam disso mesmo...a consumação da atracção e pronto. Porque depois outros factores iriam impedir o assunto de se tornar mais sólido e duradouro (o facto de estarem em fases de vida diferentes, o trabalho, os filhos, por aí...).
Mas afinal...o amor não escolhe mesmo idades. E, por mais estranho que eu ache isso, se duas pessoas, em plena capacidade da sua mioleira, sensatez e maturidade, decidem juntar-se e ser felizes as duas, pois eu então só me resta desejar-lhes isso mesmo.

quarta-feira, julho 25, 2012

A nossa história em 2 minutos


Feita por um moço de liceu. Não me parece que seja representativa da nossa história global (só com dois minutos também era complicado), mas foca alguns dos acontecimentos mais importantes.

segunda-feira, julho 23, 2012

Próxima paragem:


Já há alguns anos que quero ir mas, nalguns casos, não houve possibilidade e noutros, acho que não chateei suficientemente os meus amigos para ir. Este ano prometi a mim própria que não falhava.

domingo, julho 22, 2012

Eduardo

O Eduardo é uma pessoa que conheci há relativamente pouco tempo (embora tenha ouvido falar dele há já vários anos) e que já me conquistou pela sua força de vontade, pela sua inteligência e sensatez e pela sua amabilidade e generosidade.
Se por algum azar ou circunstância de vida não nos for possível trabalharmos em conjunto, como é nosso objectivo, não será certamente por isso que não vou deixar de manter contacto com ele.
Comecei agora a seguir o seu blog (que já tem muita história) e deixo-vos também aqui o link. É muito bom conhecer alguém assim de perto e compreender a sua história, as suas lutas e angústias, as suas alegrias e vitórias.

O magnífico Gerês

Pronta para começar a viagem na estação CP do Entroncamento. No dia de regresso, vinha com mais uma grande broa de milho branco em cima do tapete e da tenda.

Primeiro dia de caminhada...uma brincadeira de crianças comparando com o segundo dia :P


A barragem que Salazar mandou construir em 1971 e que deixou debaixo de água a aldeia de Vilarinho da Furna. Um fofinho este Salazar. O wikipedia não explica o porquê, mas contaram-me a teoria.


E isto não é uma barragenzinha. É enorme.




Cabras, muitas cabras. Cornos, muitos cornos. E grandes.

Lá em cima, o Bom Jesus das Mós.
Segundo dia de caminhada...esta é que foi a sério. Já não me lembro quantos kilómetros, mas na maior parte do dia foi sempre a subir. Os meus gémeos parecem os de um jogador de futebol :)



Uma paragem a meio para uma explicação.


Vaquinhas! Nunca andei tanto para ver vaquinhas. Mas eram lindas. Infelizmente, ainda só tenho esta foto comigo.

Numa lagoa bonita (também ainda só tenho esta foto)

Alguma bicharada mais pequenina...


Perto da aldeia submersa.



Vá-se lá entender, mas as fotografias que eu tirei com o telemóvel, apesar de devidamente posicionadas no pc, o blogger assume a forma inicial em que foram tiradas. palerma.


Uma das componentes do voluntariado...recolha de lixo. Fosca-se, ainda há tantas bestas de duas patas que ainda não perceberam onde é que se põe o lixo. Não aprenderam nada com o Gervásio???
Virar pescoço para a direita para visualizar imagens.



A minha caríssima colega de voluntariado.




Estive muito tempo junto deste pequeno riacho, só concentrada no som da natureza e dos meus pensamentos...mais nada.

sábado, julho 21, 2012

Às vezes

Às vezes olho para este blog e penso se não seria mais prudente estar sossegadinha sem estar para aqui a expôr uma percentagem, ainda que pequena, mas significativa da minha vida. Às vezes pergunto-me se tomo cuidado suficiente com as coisas que escrevo, se não me exponho demasiado. Tento constantemente não me esquecer de que não são só pessoas fixes que vêm aqui à barraquinha, sobretudo pessoas de quem gosto e que, por algum motivo, não me estão próximas e que eu utilizo esta forma para as aproximar, porque sei que de vez em quando cá param. Mas parece que sinto falta de pôr a escrita em dia, de partilhar as minhas opiniões, a minha forma de estar. É um bocado egoísta, mas muitas vezes sinto falta de extravazar o que me vai na mente, que não seja demasiado íntimo que só exponha a quem é de confiança, mas que também não faça sentido andar a berrar aos sete ventos. Éh...tretas.

quinta-feira, julho 19, 2012

De volta do Gerês

Ainda não reuni as fotografias todas, mas em breve quero também publicá-las aqui.
Não sei até que ponto é que elas retratam a real beleza do sítio, tão pouco a minha sensação quando lá estive, mas sempre são um reflexo.
Desde que vim, tenho estado a readaptar-me. Quando cheguei do Reino Unido, tive a mesma sensação de ressaca - "acabei de chegar mas quero voltar já!". Desta vez, tenho o mesmo sentimento, mas em relação ao meu país, o que me orgulha. E também já percebi que esta sensação de ressaca é temporária, o reajustamento tem que haver e uma mudança a longo prazo não pode (ou não deve) ser feita do pé para a mão.

Isto de ter voltado a casa e ter percebido que andaram uns sacanas a roubar os fios da fibra óptica aqui da minha zona e ter estado estes três dias sem telefone, televisão e internet (esta última fez-me uma ligeira falta) é que não estava à espera.

Vinha eu toda poética, destilar aqui uma prosa sobre a minha paixão pela natureza e agora passou a janela de oportunidade. Mas quando reunir as fotografias, a inspiração talvez regresse.

O que eu sei é que estes poucos dias no Gerês permitiram-me um certo distanciamento da realidade que me fez esquecer temporariamente a frustração por não conseguir um emprego decente e ajustado à minha formação, as maleitas familiares, o dinheiro, o material, o acessório. Foquei-me só em deslumbrar-me com a paisagem, ouvir a água a dançar pelas pedras, observar os alfaiates, as borboletas e as lagartixas e aproveitar as caminhadas e os passeios de bicicleta. Vim de lá ainda mais apaixonada pelo ambiente, pelo respeito à Natureza. Até aqui, eu era uma observadora de arte amadora, dizendo "sim senhor, é bonito, há que preservar". Agora, já sinto que estou mais envolvida...Não basta ficar-me por aí, tenho que me envolver mais e levar outros a envolverem-se.

Este flagelo de incêndios que está agora a ocorrer faz-me pensar que tenho mesmo que tentar pôr a malta abrantina a mexer-se, malta que tem vontade, mas que também não sabe por onde começar.
Portanto, esta é uma das coisas que me ocupa agora a mente...Mas está longe de ser a única.

terça-feira, julho 10, 2012

segunda-feira, julho 09, 2012

Autonomia e coragem

O facto de ser filha única e ter nascido com pipi no seio de uma cultura judaico-cristã faz com que por vezes me depare com algumas barreiras supostamente protectoras que me fazem questionar se de facto estas me protegem, ou se, pelo contrário, me restringem a autonomia e força.
Felizmente tive uma educação relativamente balançada no que diz respeito ao que podia e não podia fazer. Mas isso é porque eu nasci da minha mãe e não da minha avó, caso contrário a história teria outro rumo completamente diferente. Em todo o caso, e agradecendo a liberdade que me foram dando progressivamente, ainda assim, é com alguma estranheza e, no caso da minha avó, com completa desaprovação, que sou recebida quando digo coisas tão simples como "vou andar de bicicleta e vou sozinha", "vou para Lisboa e vou sozinha", "vou para o Porto e vou sozinha". Quando disse "vou trabalhar para Paris e vou sozinha", então aí é que caiu o Carmo e a Trindade para a minha avó.
Desta vez, não lhe vou dizer o que vou fazer depois de amanhã, porque vai ser a mesma fita. Esta terça-feira vou, sozinha, para o Gerês para fazer vigilância florestal. Levo comigo a bicicleta, tenda, saco-cama e mochila e vou de regional (porque é o único comboio de longo curso que permite o transporte de biclas) e urbano. Melhor dizendo, vou de três regionais e dois urbanos. Saio às 7h20 de Abrantes e chego a Braga às 15h. Vai ser uma aventura, vai, pode ter algumas desventuras pelo meio, pode, mas eu vou à mesma.


Este fim de semana, como que a estrear as minhas capacidades, levei a bicicleta no comboio para Lisboa e andei com ela fora das zonas habituais. Percorri a linha azul, amarela e vermelha do metro mais do que uma vez, andei pelo jardim da Quinta das Conchas, por Benfica e pelo Parque das Nações e, tirando as manhas habituais com as mudanças, ela portou-se bem...e eu também. Se eu tivesse dito isto à minha avó, a mulher já ficava com menos uma semana de vida. E podeis pensar que as avós são todas assim, que não é para ligar. A diferença é que a maioria das avós não tem o poder ou influência que a minha tem (cada vez menos, para seu grande pesar e para minha rica sanidade mental).

Isto tudo para dizer que muitas vezes são os outros, e por consequência, nós próprios que criamos obstáculos que na verdade nem existem e que, quando ultrapassados, dão-nos um tremendo gozo e fortalecem-nos física e psicologicamente. E eu cheguei a esta conclusão hoje por um motivo em particular que me faz ficar orgulhosa de mim própria.

Quando cheguei a Abrantes, fui à Sportzone comprar um suporte para a bicicleta e, enquanto o moço estava a montá-lo, decidi ir ver de uma mochila e de uma parte de baixo de um bikini. Nisto, por entre as várias prateleiras e expositores da loja, vejo, a alguns metros, uma cabeça a olhar para mim. Era uma cabeça de um homem que eu conheci quando tinha 14 anos e que deve estar com os seus 50 anos de idade. Já falei dele aqui. É um tipo a quem eu alcunhei de Pedófilo. Não que o seja, mas eu decidi chamar-lhe isso, porque este fulano, casado e com dois filhos mais novos que eu, decidiu assediar-me quando eu era mais garota. Nada de grave, felizmente. Apenas mensagens, toques e apitadelas de carro, que eu fui ignorando até que ele parou. Mas o interessante de hoje não foi tê-lo encontrado, foi a forma como eu lidei com ele. Porque volta não volta eu cruzo-me com o Pedófilo (o Pingo Doce então parece ser o local fatídico) e lido com ele quase sempre da mesma forma. Vejo-o e depois ignoro-o, mas imediatamente sinto-me incomodada com a presença do tipo, sobretudo porque o vejo com a mulher e questiono-me se ela conhece a peça que tem em casa.
Mas hoje agi de maneira diferente. Ele estava a meio caminho entre o sítio das mochilas e o sítio dos bikinis, maneira que eu passei-lhe mesmo rente ao nariz e quando já estava mais próxima, olhei-o fixamente nos olhos e devolvi-lhe um olhar mixado de asco e desprezo. A mensagem foi algo como "Sim, ainda me lembro de si e sim, você continua a enojar-me". Como a mensagem chegou ao receptor, não sei nem me interessa. O que me interessa é que o enfrentei e já não precisei de me sentir incomodada com a presença dele, porque já lhe tinha dado a mensagem que queria e marcado a minha posição.

E o que é que o enfrentar o Pedófilo tem a ver com as minhas aventuras de bicicleta? Tudo.
É como deixar um miúdo brincar na lama. Ou deixá-lo cair e levantar-se sozinho. É como perguntar "porque é que achas isso?" em vez de dar logo uma resposta.
A liberdade faz com que eu tenha mais autonomia. A autonomia faz com que eu tenha mais coragem, mais força, menos bloqueios.